estou a iniciar um texto. eu me concentro: e eu sei, eu vou perder um tempo. é como se fosse ter um filho ou fosse decolar, pular de um prédio. passo a ser uma extensão de mim. tropeço, como um bêbado. trago a embriaguez comigo. sou apenas um pacote de receios. sou eu, resguardo.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Velha Eterna | 7
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Velha Eterna | 6
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Velha Eterna | 5
Era divertido porque não era sério? A nudez era breve. Lambeu o dedo, virou a página, passou ao próximo. (...)
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Velha Eterna | 4
(...) Como muitas vezes foram as cartas que fizeram acontecer grandes relacionamentos, cartas de mensageiros ocultos ou de grandes amantes ainda faziam com que ela perdesse o riso da boca e entre os dentes. Porque os homens de hoje escrevem cartas que não trazem nada que lhe consiga afobar o desinteresse por completo. O interesse ficava quieto, irrepreensível. Eu imaginava essa mulher como uma mulher que não escrevia cartas imensas nem generosas. Ela simplesmente pegava a beleza dos desenhos e colocava frases ao redor. A beleza era a beleza do rosto que tocava o canto do olho e o entorno da boca. A boca era lisa e quase nula na ausência das palavras. As palavras eram as mesmas palavras das cartas imensas que nunca escreveu. Essa mulher a qual volto a me referir ganhava o prazer do sentido das coisas alguns momentos depois do sentido ter atingido todo o resto. Às vezes eu acredito que ela planava dentro de uma bolha, de um grande círculo que filtrava tudo o que vinha de fora. De fora do quarto, o sol já tinha começado a tombar e as sombras dos móveis tinham começado a tombar sobre o chão também. Ela tombou ainda mais sobre o calhamaço de folhas. As folhas deitadas tinham um significado: ela pensava que folhas deitadas pudessem ser ainda mais dedicadas ou menos arrogantes que folhas expostas. Não faria uma exposição delas. Depois de terminar de desenrolar as folhas, foi como se uma grande gota de água lhe tivesse caído na frente dos olhos – porque a visão ganhou largura e perdeu nitidez. Ela pensou ser uma mulher nua diante daquilo. A nudez era bela e castigável? A veemência era. (...)
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Velha Eterna | 3
o limiar do ensaio continua
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Velha Eterna | 2
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Velha Eterna
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
o ensaio do ensaio
EU DESCOBRI QUE O MEU BICHO ERA UMA PREGUIÇA - eu fiquei à vontade com a idéia de ter gostado de ter mais gente do que eu em mim. quando a música cresceu, eu imaginei ter experimentado a surdez. vai ver a surdez era exatamente assim.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
minimamente
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
CURTA SANTOS 2009
PRETO: Ausência de todas as cores. O breu é preto. O que é escuro é preto. A sombra, a noite, a falta é preta. A caneta que escreve na folha de sulfite branca é preta. O gato da sorte é preto. O café, a sujeira, a cegueira é preta. O pó é preto. A lista é negra. O rei é preto. O básico é preto. O cacetete, o fundo, o caviar é preto. A tarja do remédio é preta. O preto do olho é preto. O cabelo, o homem, o fechar dos olhos é preto. Fechar o olhos é prático.
PRATICA-SE ENTÃO A SUSTENTABILIDADE.
(...)
trecho do DOCUMENTÁRIO feito na Faculdade de RTV - UNIMONTE no 1º semestre de 2009 chamado PROJETO:CORTIÇO - com o tema de Sustentabilidade. O filme será exibido no CINE-ROXY DO GONZAGA, a partir das 22hs na quarta feira, dia 16/09. Estamos concorrendo na MOSTRA COMPETITIVA Olhar Caiçara Universitário DO CURTA SANTOS 2009. Segue abaixo o LINK para votação ___ PROJETO: CORTIÇO.
http://sat.grupoatribuna.com.br/tvtribuna/2009/curtasantos/galeria.asp?categoria=2
_______
equipe técnica:
direção CLAYTON GALVÃO
assistência de direção e roteiro NOELLE FALCHI
produção executiva SUSAN HORTAS
produção LETICIA BAMONTE, AYENNE CARRIÃO
câmera e direção de fotografia GABRIEL BARBOSA
assistência de câmera BARBARA RIBAS
direção de arte MARIA VITÓRIA SIMÕES
edição e finalização GABRIEL BARBOSA
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
o mês está acabando?
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
o avesso do espectro
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
de alguém educado nesse discurso
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
janelas abertas | 2
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
janelas abertas
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
essencial
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
fotografias
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
coleções
e se a vida cedesse hoje?
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
o circo
terça-feira, 11 de agosto de 2009
o homem das vendas pretas
terça-feira, 30 de junho de 2009
pede para sair?
o casamento
terça-feira, 23 de junho de 2009
catástrofes
quarta-feira, 17 de junho de 2009
as composições | 2
a minha intenção não foi criar uma discussão. acontece também que, dali em diante, os dias tomaram rumos que eu desconhecia. eu tentei aplicar à situação o mesmo controle que já havia aplicado a tantas outras antes, mas a minha consideração quanto a isso foi igualmente falha e reversa. eu tentei fazer das minhas ações grandes golpes do tempo - sendo que deveria tê-las transformado em providências. antes tivesse calcado as dúvidas no chão, no piso da sala entre a gente. porque este terreno baldio entre a gente tinha passado a romper com o meu vigor. todas as cores sobre as quais eu falava puseram meu discurso em contradição. e ele franzia os olhos, a reprovar meus lençóis brancos. mas não o culparia, tampouco faria da culpa uma pequena medida de contorno da situação. para mim, a culpa era uma espécie de gula do absurdo. eu tinha medo das conjecturas - das considerações térpidas da amizade. às vezes eu ainda me pego pensando nele enquanto o peso do sono me repuxa o corpo. porque ele pegava o violão - já desfeito de qualquer dom - e o colocava no colo. ele compunha quando não tinha nada para fazer.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
segunda-feira, 8 de junho de 2009
outro dia na neve
quarta-feira, 3 de junho de 2009
o engasgo
domingo, 31 de maio de 2009
as composições
sexta-feira, 29 de maio de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
da praticagem das coisas
o fim é a perda da graça.
Marcela | 3
domingo, 24 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
as mulheres do sonho | 2
terça-feira, 19 de maio de 2009
quando julgou-se, finalmente
mas sou todas as mulheres que quis ser com isso.
as mulheres do sonho
segunda-feira, 18 de maio de 2009
domingo, 17 de maio de 2009
e então existe eu
quinta-feira, 14 de maio de 2009
as faculdades humanas
se não a realidade, a utopia me fará caminhar
e me fará mover, essencialmente movimentar-me.
Os outros
segunda-feira, 11 de maio de 2009
O vômito
domingo, 10 de maio de 2009
sábado, 9 de maio de 2009
da intimidade | 2
a boca é do outro, a fala, o brilho todo do outro.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Marcela | 2
E eu tentava entender. Eu tentava abrir o olho para entrar mais luz – mas então vinha o medo de ficar cego, ou de ser tomado por uma maré grandiosa de inteligência. Não sou um homem que nasceu grande. Então eu fazia o inverso. Era como se eu pegasse a parede, e a puxasse para próximo de mim. Meu olho era fixo para isso, e eu engolia tudo até minha cabeça ganhar dois túneis adentro no lugar dos olhos. Puxaria a Marcela, a sala, a mesa, o objeto todo. Eu via o fundo, o fim. Alguma coisa pequena e que quase não falava, mas que dava perspectiva no breu. Essa coisa era a esperança para mim. Eu imaginava um túnel enorme na minha cabeça.
Eu tinha feito uma expectativa, uma espécie de trilha no meio do mato. Somente a precaução dela seria capaz de me arrancar a vida do peito. Se ela me considerasse mais, eu estaria acabado. A minha linha de pensamento tem um tom de eco, de ressonância. Se ela me considerasse demais, eu estaria abandonado também. Então a minha dor tinha que ser uma moção do abandono – ou da companhia demasiada. Talvez a gente precisasse de diálogos, mas as palavras por tantas vezes arranharam as paredes que mesmo eu, este segundo doente mental, já não agüentaria a destruição da mobília outra vez. Para isso eu teria que forçá-la a parar. Parar de dar remédios, receitas, bolos crus. A instância das horas passava como um desafio.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
no poço dos desejos
eu queria deixar preservadas as coisas boas que a gente viveu, porque agora a vida seguiu em frente também. eu queria ter tido tempo no começo para dar metade de mim que você conheceu da metade para o fim. eu queria de novo as horas que foram vagas, e as vagas horas ao seu lado de espera - porque até a espera tem um encanto no processo todo. talvez gostar precisasse de mais prática, de mais habilidades que eu não tinha. e a família que era minha deixou de ser. as coisas que eram minhas, as minhas vontades, perplexidades: tudo depositado em você. agora esta moeda de troco de cigarro, de café frio, mal pago: eu queria transformar você em uma lembrança atemporal. não a localizarei no tempo, nem na minha história. porque a história que é nossa é o que eu acabei por me tornar também depois de tudo.
até o poço dos DESEJOS ainda é um poço.
terça-feira, 5 de maio de 2009
notas de fora | 3 - segunda parte
segunda-feira, 4 de maio de 2009
o banco de ossos
foi como eu te disse, eu estou envolvidissima
eu parei em você.
e tenho parado cada vez mais.
eu tenho diminuido, desacelerado o rítmo.
tenho pensado, saído cada vez mais das adversidades.
e tenho pensado no que a gente era, e no que se tornou.
o que há para a gente ser ainda?
o que há hoje que não havia antes?
porque a minha vontade é estar com você.
e de estar no seu beijo.
no seu abraço
no sentir do seu cheiro.
no usar de mim pelos seus braços.
porque o seu cheiro ficou na minha blusa de ontem.
e você foi minha referência a noite inteira.
o beijo que é seu ficou em mim, até os seus silêncios, os seus suspiros ficaram comigo, e dormiram comigo também.
eu estava próximo do desejado.
- e isso era privilégio de poucos.
e se é isso, se a paixãoo é isso:
então eu estou apaixonada também.
porque a paixão pra mim é simplesmente isso.
domingo, 3 de maio de 2009
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Marcela
quinta-feira, 30 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
Devaneio Canalizado
____
concurso de crônicas - academia feminina de letras.
os 100 anos dos canais de santos.
2007
domingo, 26 de abril de 2009
mistério de uma pessoa só
sexta-feira, 24 de abril de 2009
A cabine | 3
(...) Continua sentada no banco do banheiro: está sentada naquele banco de banheiro há meses. Às vezes seu pensamento é do tipo de gente que se acomoda. E Ana Laura faz parte desta categoria com o mesmo orgulho que James carrega nos bolsos, e com a mesma sensualidade que Sabrina carrega no corpo. Assim, um círculo de vício. Porque o pensamento tinha que estar além do resumo de ler e de escrever. Precisava criar novas soluções – algum sentido na parte que se perdeu no caminho, ou na saída da escola. Uma parte que havia sido solta e que em algum momento tinha sido posta como desnecessária. E James sempre achou muitas coisas desnecessárias – ele achava que as coisas da vida social eram banais demais, que todos os assuntos eram banais demais. Não é fácil ser inteligente – então não precisava, por vez, por a prova sua inteligência, mas sim sua capacidade de pensar. Precisava concluir com mais determinação, já que ultimamente tem perdido o foco e tem deixado as idéias correrem soltas cabeça adentro. As idéias que se espalham entre os móveis da sala são de dura ordem. Necessita limites como quem necessita do vômito depois da comida. O conhecimento sobre os processos está se esgotando? Evitava comentar. Às vezes pensa secar como a caneta que usa, murchar como planta, sumir como pó. As letras acondicionam o caráter desbotado e somem na frente de seus olhos. Porque quando não há tradução de pensamentos, há crises. Era como se tivesse um bloqueio ao que pensa – e admira-se: formar conceitos é algo com que lida sempre. Mas o som e o sentido se confundem. Era pobre. Subalterna. Era nada, assim: o anti-climax. (...)
quinta-feira, 23 de abril de 2009
O Acordeonista
quarta-feira, 22 de abril de 2009
e se fosse burra?
você nunca sabe se é só pelo dinheiro que existe interesse.
terça-feira, 21 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
a concentração era vasta | 3
por vezes, tinha pensado em usar o telefone para fazer contato entre nós. não o fiz. o nosso contato ainda estava restrito no olho – e que olho mais ordinário eu fui escolher para isso! justo eu que sou homem de olho claro e que as bordas do olho de justas não tinham nada. eu era um homem de olho tão claro que quase era branco. e eu sei disso porque ela, a toda hora, me punha no espelho – e então eu refratava. quebrava a luz de tudo, a punha em mim, e depois espalhava. então vinha aquele clarão e ela soltava para mim todo o desalento que tinha: será que você não é capaz de se manter neste breu? não. EU não era. aliás, eu era completamente incapaz de viver ali. eu somente ESTAVA ali – e acontece que aquela não era a minha vontade também. a minha vontade era outra, e estava guardada. eu a tinha posto junto ao corpo que eu mantinha dentro desse corpo doente que tinha sobrado para mim. as mesmas coisas que eu segui, eu ainda seguia agora – só que em outro nível. meu olho tornava meu corpo pouco porque rebatia a luz que vinha aos montes. imagina um louco? era eu a me sabotar.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
a concentração era vasta | 2
eu ouvia o tremor dos saltos dela no piso – só depois ela aparecia. ela, aquela mulher enorme. ela vinha para mim com aquelas mãos de cinzeiro, uma pena. as cinzas que manchavam seus dedos e a palma da mão me faziam desacreditar. talvez aquilo fosse uma fábula do destino. uma pequena narração alegórica do tempo. um carnaval. eu não sabia.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
os pontos | 3
fosse medida pela quantidade de silêncio que há nelas.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
domingo, 12 de abril de 2009
o eclipse | 2
sábado, 11 de abril de 2009
o eclipse
sexta-feira, 10 de abril de 2009
quinta-feira, 9 de abril de 2009
mulheres
terça-feira, 7 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
a concentração era vasta
domingo, 5 de abril de 2009
sexta-feira, 3 de abril de 2009
vidas cinzas
o gosto do tempo e das guerras dos outros
tinha prometido não deitar em escadas, não fugir em banheiros, não rolar em sujeira, não cair mais. havia simplicidade na promessa, e desvario na concreta crença que se fazia nela. a paixão vai matar a programação. teria que se apresentar, mas, de novo, não se apresentou. O INIMIGO ERA EU.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
sobre os gênios
mas um dia a gente vai estar nas cabeças.
gênio é assim, não se explica.
e como eu fiz? eu simplesmente fiz.
domingo, 29 de março de 2009
dos homens loucos
quinta-feira, 26 de março de 2009
O Ambiente
terça-feira, 24 de março de 2009
cortiços | 2
eu era uma criança que tinha braços de gravetos, e pernas de cabides. e eu vi mais pessoas do que outras. na minha época, mamãe dizia, o inferno era aqui. as paredes eram feitas de caixas de uva. uma grande caixa de remendos. em cima, o som dos intervalos das músicas. não tinha silêncio por qualquer momento. as vezes demorava mais tempo para escutar do que para pensar. lá mamãe tinha um nome, aqui ela era mais uma. é o meio inevitável. tinham vários adornos - o quarto era um arquivo. daquele ano, esperaria o mínino de dignidade. sabe quando você fala, e ouve o que diz muito tempo depois? é que a mamãe era um estrondo. muito histérica, e com muita coisa no ego.
domingo, 22 de março de 2009
o navio
sábado, 21 de março de 2009
o destaque da palavra - a ênfase
sexta-feira, 20 de março de 2009
tudo é tele-espectativo
o problema em ter uma grande idéia é não saber passá-la.
quinta-feira, 19 de março de 2009
um dia na neve
quarta-feira, 18 de março de 2009
terça-feira, 17 de março de 2009
a importância parada
segunda-feira, 16 de março de 2009
sábado, 14 de março de 2009
sexta-feira, 13 de março de 2009
o décimo terceiro dia do mês em uma sexta.
quinta-feira, 12 de março de 2009
notas | 19 - outra parte
fosse proporcioanl ao nível crescente de erotismo que ela carrega.
quarta-feira, 11 de março de 2009
notas | 19
de erotismo que ela pudesse vir a suportar.
quanto a beleza das coisas
não há dança na lembrança que conduza o desfecho. não há abraço que o justifique também. não há desejo, demência, destreza, dormência nos pés ou nos lábios que comprove. porque a prova está na inconstância, na futura instância da dança que não houve. e que não haverá também. a função do corpo está na história agora - ou na boa memória, pelo menos. só há o instante do cubículo da mulher bêbada para ser lembrado. e há o instante de seus beijos, claro.
havia o espaço pequeníssimo de tempo para que se olhasse a mulher bêbada no espelho - e para que se visse nela, logo depois. porque sempre há na preocupação um segmento visceral - e de estrutura. a cabeça não alocava brincos, nem tino. pouco cabelo cortado, pouco vestido, pano, manga. uma beleza sem afluência - um reinar do avesso (e onde avesso é a ideal inquietação dos beijos, claro.)
a escolha é a condição do outro.
segunda-feira, 9 de março de 2009
a ruína
domingo, 8 de março de 2009
uma mulher desse tipo
sábado, 7 de março de 2009
sexta-feira, 6 de março de 2009
quinta-feira, 5 de março de 2009
o ponto
quarta-feira, 4 de março de 2009
ah, sua belíssima!
um dia, dois. a semana inteira.
poderia ser o sangue, o suor, a saudade das coisas.
(o tempo passa para todo mundo, disse.)
poderia ser a grávida.
a trágica. a tela, o traste, a tentativa.
poderia ser o negócio.
o seu.
o dela.
o nosso.
IMAGINA O SUSTO?
poderia, a partir do conjunto, estabelecer uma tese.
mas a tinta do cabelo pingava nos ombros.
-malditas coisas que nunca ficavam prontas.
o vermelho não pegava.
se funcionasse, ficaria linda.
mas o vermelho não pegava.
BELÍSSIMA!
porque ela era a mulher mais linda e a mais estranha também.
o livro, o encargo, o ditado popular na ponta da língua.
na praça, o doce.
no doce, a douçura da gentileza.
na gentileza, a moral que movimenta.
vestiu um vestido emprestado:
sua imagem não valia nada.
o laço caiu, o olho, a ruga do olho.
pegou a cortina e saiu.
era uma mulher belissíma que fazia uma dança belíssima.
sairia ilesa.
mas seria a mesma logo depois.
ah, sua belíssima!
(sua imprestável!)
imagina uma mulher com pé de boi:
era ela.
no peso, o peso e só.
terça-feira, 3 de março de 2009
pendências
- e se o senhor aceitasse mais uma xícara. talvez pudessemos conversar.
percebeu certa intriga. não havia mais nada para ser dito.
- o que há para conversar?
- não há.
- não há?
sentou-se. tinha alguma coisa a ser dita ainda. aceitou a xícara de café, completou com açúcar. bebeu em um gole só. agradeceu em seguida.
- agora você pode ir embora.
e então sim vieram as costas.
sobre exatas ciências exatas
e porque os estudiosos não prevêm essas coisas?
domingo, 1 de março de 2009
debate, e bate
- atropelada?
- é. então parece que as pombas estão ficando mais lentas.
- ou a gente mais rápido?
- ou a gente mais violento?
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
o tiro
top of the world
e tivesse insistido mais.
e tivesse parado mais há dois meses também.
porque eu estava no topo do mundo.
e você tinha me alçado lá também.