quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

cartas de alguém bem perto | 3

há uma importancia das terceiras pessoas em nossas vidas.



devo me lembrar de você de que forma, extamente? devo lembrá-la como a pessoa que me fez rodar sobre uma euforia generalizada ou como contemplação serena? devo lembrá-la como a sensação de completude que me trouxe ou como o abismo de equilibrio em que me transformou? há uma importância das terceiras pessoas em nossas vidas. e esta importancia foi a qual eu reverenciei tantas vezes e pus em xeque tantas outras. devo lembrá-la como paixão ou como angustia? como pergunta ou como confissão? como desassossego ou como permanencia? posso sequer chama-la de permanencia mesmo voce tendo estado aqui por vinte e quatro horas? a vida nunca me preparou para você, e queria que você soubesse disso. mesmo nas vezes em que eu me revelei - tive de ser meio burra, meio sem saber brincar e errei muitas vezes para te dar a vez no jogo. e nessas suas chances, você foi ao banheiro, foi dormir cedo, foi beber pelo caminho, foi visitar os pais. e eu me tornei palavras como 'quase', 'logo', 'perto'... expressões como 'daqui a pouco', 'em breve', 'da proxima vez'. então, da proxima vez, quem sabe, diga para a vida - ou para qualquer coisa que coloca duas pessoas que se gostam no mesmo caminho - diga que você não soube jogar, que não teve tato nem tempo... que não teve vontade. porque presença é pura vontade e o desgaste da saudade é de uma intoxicação sem limites.

sábado, 24 de dezembro de 2011

felicidade são horas? | 2

imagina quanto tempo demora até você colocar uma camera no rosto? e então o olho do espectador passa pelo olho da camera do filme, que passa pelo olho do personagem, que passa pela camera que simula a camera do personagem, que olha para ela, que olha para ele de volta, que na verdade, olha para nós e fala para quem vê... a comunicação é muito dificil hoje em dia.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

felicidade são horas?

[...] é uma busca incansável por quem é capaz de tirar os filtros do rosto como quem se desnuda. como quem abre um roupão no meio da rua. coletivo. porque na coletividade a gente aparece e inevitavelmente se esconde. as pessoas não reparam mais - e de repente há alguem que me vê. e agora? eu não sei lidar. mesmo de longe, quase tão incomodado quanto eu, a princípio, eu me repudio dele. depois aquilo me atrai. o solitário pode agarra-se a qualquer coisa mesmo. eu não me aproximo, mas faço como uma reverência - eu quase consinto. e nesse consenimento aquilo se torna uma adoração, um documento de quem eu sou, um registro... uma imortalidade [...].