quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Velha Eterna

Acho pouca tanta coisa demasiada. Se o sentido está justamente em entender a relação entre duas pessoas diferentes, porque passar tanto tempo dedicando-se a outras cujo sentido já não existe? Uma mulher nunca chegará a chamar um homem melhor do que ela para pensar em adversidades. A necessidade vem sempre do erro, só assim a entendo. Depois de muito deixar de lado sapatos que já não lhe cabem nos pés, essa mulher a qual me refiro entrou em uma crise estética – talvez até característica da idade. Dizem que as mulheres quando beiram o abismo dos quarenta anos podem mudar radicalmente de comportamento porque se a sua beleza já não existe como outrora idealizada, ela pensa já poder ser jogada no lixo também. Talvez a minha vantagem tenha sido não ter entendido isso com muita clareza. Eu imaginava se era realmente possivel que em vinte e quatro horas de vida alguém pudesse mudar. Ela ainda reclamaria muito. O desejo moveria o homem, mas qual era o risco de ser mulher? Talvez o desejo dela só brotasse como monstro em outro lugar: o limiar da loucura fazia com que ela mudasse os objetos pessoais de lugar diversas vezes seguidas. O desejo tinha se apresentado de uma forma imbatível. Um pacote de biscoitos, metade de um queijo, meio litro de suco de uma só vez. Controlar o desejo seria uma forma de sair da infância para ela - feita essa consideração, essa mulher tinha vontade de comer e desejo de xingar muita gente. Vontade de romper eu também tive. Tem gente que não gosta das coisas da vida. Atravessar talvez fosse uma liberdade que a deixaria mais feliz. (...)

3 comentários:

  1. oioi ai em cima sou euuuuuuuuuuuu

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  2. a maturidade e a experiência também são uma forma de beleza. talvez mais bonitas do que a estética. gostei muito do texto do cabelhaço, e daqui também :)

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