terça-feira, 16 de dezembro de 2008

leve, leve

estive pensando em um texto. mas de tanto pensá-lo, acabei por parir seus enigmas um pouco precipitado - um mistério mal-folmado, um bebê prematuro da minha prosa. é, então ele me veio a cabeça, como um peso nesses ombros magros e sem peso que tenho. era uma lambida de gato, um breve aconchego, um cachecol de litras vermelhas e verdades, natalino. daí veio um estalo, uma idéia - pois que a única ideia que tive, veio até mim como bêbado oferecer-me um prefácio confuso com pontuação convexa.

leve, leve esta grafia fina!
leve, leve essa pequena mina prata.
leve giz, caneta, grafite, nanquim!
leve, leve, leve!

veio até mim com um sorriso oblíquo e pendente de vendedor. então veio um surto; e teve um clima. e teve uma guerra logo depois disso. a gente queria, mas não sabia ser. a gente não sabia como era querer ser. eu liguei, tentei, insisti 65 vezes, mas descobri que ela já estava grávida de outro. DE OUTRO! de outro.

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