giravam em torno dela como uma grande festa; uma ciranda eterna. o envolvimento na dinâmica não a insentaria de culpa. perceber emoção não significa ceder emoção. a multidão não tem fundamento filosófico: a multidão é um estímulo coletivo. toda vez que vem, arma-se de paciência. se conhecesse, duvidaria - duvida conhecer, contudo. estavam anacrônicos, os sorrisos e os gemidos dos risos. demandaria tempo estabelecer uma relação plena de sentido. a multidão lhe abstém. aquele monte era a emoção que não se conseguiu integrar. eles tinham nuvens nos olhos. castelos de sorvete nos olhos, no céu. no céu, o céu e só. lembra tê-la cumprimentado, apertado sua mão: viu, eu mudei meu jeito! - como se tentasse atribuir-se ainda um pouco mais de crétido, disse. o pulso estava nos outros. o gosto estava nos outros. dançavam com ela, ora para ela. e lhe esbarravam no braço e nos cotovelos - queriam levá-la, prendê-la. tentavam fazer dela uma instância. a multidão era um degrau de gente, um tropeço. a multidão era uma partida: ou fosse embora, ou recomeçasse dali mesmo. preferiu, já na primeira vez, estagnar. o sangue corria fino e contínuo. morno. VOMITARIA. tragaria tudo depois de colocar tudo para fora. a multidão produzia sons repetidos e sem intervalos. a multidão não fazia silêncio - e quando tentava fazê-lo, enlouquecia. a multidão era pedaços de unhas de gente. gente que não era gente.
caralho nó!!
ResponderExcluirCada dia melhor!!!
Saudades!
Bjos Prima
Porra, Noelle. Muito bom. To adorando ler seus textos...
ResponderExcluirTu escreve muito bem, sério, eu passo horas lendo teu blog.
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