estou a iniciar um texto. eu me concentro: e eu sei, eu vou perder um tempo. é como se fosse ter um filho ou fosse decolar, pular de um prédio. passo a ser uma extensão de mim. tropeço, como um bêbado. trago a embriaguez comigo. sou apenas um pacote de receios. sou eu, resguardo.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
multidões
não procurava na multidão algo que lhe fosse familiar, mas que ao menos não lhe fosse tão silencioso. girava em torno de seu corpo aquele monte de corpo sem nome. não procurava alguém - se pelo menos conseguisse identificar um rosto, já seria o bastante. tão logo via um borrão de olhos, narizes e ouvidos. sem contar o som insurdecedor das multidões. pessoas que não são pessoas. tinha uma lembrança vaga de como ela lhe sorria os olhos, mas isso não era suficiente. tudo sumia como mágica. e surgia de novo, como se arrastasse o resto do cansaço para fora do corpo. tudo sumia como armadinha. e trazia de volta. a multidão era um grande rosto, com nariz de cabeças. olhos de pequenos sonhos. e os sonhos, como um reboliço, redundantes. gente que não era gente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Aii vc fala dificil!!
ResponderExcluirmas admiro como escreve bem!.. essa é minha titia =)
bjinhos s2
Bonito isso. Tem ritmo.
ResponderExcluir;)
passamos por isso todos os dias e tem gente que ainda nao percebe. na percebe a si e aos outros. tem medo de confessar que eh so mais um e que se tropeçar será ninguém. ADOREI NOELLE! bjoo
ResponderExcluirSó vim dar uma olhada e acabei lendo com calma.
ResponderExcluirTem uma ótima ''visão''!
"Gente que não era gente"
ResponderExcluirSalvou o texto
Beijo
Me liga