terça-feira, 28 de outubro de 2008

multidões

não procurava na multidão algo que lhe fosse familiar, mas que ao menos não lhe fosse tão silencioso. girava em torno de seu corpo aquele monte de corpo sem nome. não procurava alguém - se pelo menos conseguisse identificar um rosto, já seria o bastante. tão logo via um borrão de olhos, narizes e ouvidos. sem contar o som insurdecedor das multidões. pessoas que não são pessoas. tinha uma lembrança vaga de como ela lhe sorria os olhos, mas isso não era suficiente. tudo sumia como mágica. e surgia de novo, como se arrastasse o resto do cansaço para fora do corpo. tudo sumia como armadinha. e trazia de volta. a multidão era um grande rosto, com nariz de cabeças. olhos de pequenos sonhos. e os sonhos, como um reboliço, redundantes. gente que não era gente.

5 comentários:

  1. Aii vc fala dificil!!
    mas admiro como escreve bem!.. essa é minha titia =)
    bjinhos s2

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  2. passamos por isso todos os dias e tem gente que ainda nao percebe. na percebe a si e aos outros. tem medo de confessar que eh so mais um e que se tropeçar será ninguém. ADOREI NOELLE! bjoo

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  3. Só vim dar uma olhada e acabei lendo com calma.

    Tem uma ótima ''visão''!

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  4. "Gente que não era gente"
    Salvou o texto
    Beijo
    Me liga

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