quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Mr. Cook

O café custava 50 cents, meu bem. Coisa chic, de primeira. Minha descendência européia barata adora estas cafeterias que se parecem com bares antigos. Entenda, contudo, que antigo não se refere aqui a algo requintado. Refere-se ao tradicional; e o tradicional, a algo completamente não entusiástico - ou não para a maioria pelo menos. Considero maioria qualquer outro comigo. Tentei sair dali, mas não tive coragem sufuciente. Os outros poucos jovens que também frequentavam o Mr. Cook eram ainda mais urbanos do que eu. Sei que parece bobagem, mas eles paravam para comer a esfiha de carne fechada e tomar coca-cola light com gelo e limão. Muito catichupi, ou katchup para os mais integrados com o idioma do mundo, e um pouco mais de quinze anos dentro das mochilas de lona nos ombros. Talvez esteja ficando velha sem perceber. Ou alguns, poucos como eu, já nasceram com oitenta e três anos nas costas. E com esses constumes de quem já viveu tudo. Eu não assisti à Copa de 70, nem as anteriores. Eu só pedi um café e acendi um cigarro: black de menta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário