da mesma forma que um peso - ou uma estranhesa - tinha se abatido sobre nós daqui aonde eu estava até ela; hoje, há uma caminho de nós de lá até aqui. a vida existe na maior intensidade possivel. porque mesmo que a sensualidade admitisse muito rápido a tolice, era tão maravilhosamente disforme o corpo de toda identidade de ana enquanto mulher que eu precisava me deitar com ela - em sonho ou não. eu tinha uma pensamento híbrido em consequência disso, e me punha em sonho a construir a invenção da realidade. e eu me punha as roupas quando imaginava seu gosto - e eu me impressionava inteira. a minha impressão era enorme ao ponto que descia uma erudição sobre nossa conversa - era incrível o lugar em que chegávamos só falando. ana era uma mulher de argumentação muito doce e de uma intolerância brevíssima ao desacordo quando eu achava engraçada a sua seriedade. porque há muitas coisas ridículas na vida - e a seriedade infinitamente graciosa de ana, com certeza, não era uma delas.
estou a iniciar um texto. eu me concentro: e eu sei, eu vou perder um tempo. é como se fosse ter um filho ou fosse decolar, pular de um prédio. passo a ser uma extensão de mim. tropeço, como um bêbado. trago a embriaguez comigo. sou apenas um pacote de receios. sou eu, resguardo.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
à ana | 3
da mesma forma que um peso - ou uma estranhesa - tinha se abatido sobre nós daqui aonde eu estava até ela; hoje, há uma caminho de nós de lá até aqui. a vida existe na maior intensidade possivel. porque mesmo que a sensualidade admitisse muito rápido a tolice, era tão maravilhosamente disforme o corpo de toda identidade de ana enquanto mulher que eu precisava me deitar com ela - em sonho ou não. eu tinha uma pensamento híbrido em consequência disso, e me punha em sonho a construir a invenção da realidade. e eu me punha as roupas quando imaginava seu gosto - e eu me impressionava inteira. a minha impressão era enorme ao ponto que descia uma erudição sobre nossa conversa - era incrível o lugar em que chegávamos só falando. ana era uma mulher de argumentação muito doce e de uma intolerância brevíssima ao desacordo quando eu achava engraçada a sua seriedade. porque há muitas coisas ridículas na vida - e a seriedade infinitamente graciosa de ana, com certeza, não era uma delas.
domingo, 26 de setembro de 2010
a gente inventa para caber
sábado, 25 de setembro de 2010
à ana | 2
ana pediu um copo - ou melhor, pediu logo três. houve pessoas que se juntaram a nós. penso que talvez não fosse para o meu melhor agrado que isso aconteceu - mas depois eu entendi que isso não a agradou na ocasião também. pensei que jamais sairíamos de lá porque a companhia dos outros pode ser estranha quando se quer estar sozinho, ou minimamente acompanhado. porque eu queria a companhia de ana, com a sinceridade mais estranha que eu poderia dedicar a ela, eu queria sua companhia. o mínimo de sua companhia, enquanto corpo único que era, na verdade trazia uma multidão com ela. ana era uma mulher de ser várias. e que surpresa não foi a minha quando naquele final de noite, seu corpo me levou ao carro enquanto seu beijo a trouxe para perto.
quanto tempo pode durar um espanto, chico? e quanto tempo pode durar um encantamento? as decisões que eu tomei há sete anos conseguem ficar sete anos sem que eu mexa nelas? as escolhas são para fazer com que eu volte a mim mesma, e não o contrário. então as escolhas certas normalmente são as coisas que eu não faço sempre. fazia tempo que eu não me sentia encantar. se perdi o ar, ana, penso eu já ter precisado respirar muito para chegar aqui. hoje não saio porque já me basta a saudade de ana. talvez hoje eu durma muito, porque tudo que há aqui me basta. havia mais motivos para assimilar? (...)
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
à ana
terça-feira, 21 de setembro de 2010
um texto para cidade
a cidade tem um barulho habitual. que vem do carro, que é da pessoa que está dentro dele. que vem do prédio, da família que almoça, mas da pessoa que janta sozinha. todo barulho é repodução do fazer de alguém. a pessoa parada tem um barulho que vem dela, que ouvido por dentro dela. o seu estômago faz barulho. a sua unha crescendo faz barulho. respirar faz barulho no silêncio - e no barulho do silêncio faz-se o ruído da surdez. a cidade é surda e tem um barulho habitual.
domingo, 19 de setembro de 2010
a cabine | 4
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
maria, querida!
maria, querida: quando voltar, traga dois copos - um limão já cortado - meio quilo de açúcar, uma idéia e nenhuma pressa. eu sei, chamarão seu nome ainda pela bebida que pediu e nunca tomou, pelo livros tomados e nunca lidos, pelas madrugadas sem diversão, pela cor do olho que sempre quis e nunca teve. às vezes me parece que você não quer mais nada.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
maria, tequila!
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
o viés da mentira | 2
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
OITO
a verdade é que você só conhece uma pessoa depois de saber os remédios que ela toma. VIDEO: http://www.youtube.com/watch?v=5IkOUIIseuA.
o filme concorre na categoria da mostra competitiva OLHAR CAIÇARA UNIVERSITÁRIO, 8ª edição do curta-santos, festival de curtas metragens.
segue o link para votação: http://sat.grupoatribuna.com.br/tvtribuna/2010/curtasantos/curta_videos.asp?idVideo=19
a gente não vai durar nada assim.