quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

você tem um teto, eu não tenho

e que chão mais gasto esse para se passar pano, não? a minha mão vai esfolar, da sua vão cair os dedos. eu achava que o meu medo era o maior! covarde. comigo, com ele, contente, conselho, covarde. você me contém, eu o esvazio. eu me detenho. eu me mordo e você se queixa. e você não se deixa para mim por quê? covarde. comigo, com ele, contente, conselho, covarde. eu achava que você era maior. eu achava também que a minha intuição era boa, que eu era boa, que a minha saúde era boa. será que ainda tem gente que morre de tosse? tem gente que morre de querer morrer, ou de querer viver demais. meu excesso não lhe convém. eu achava que você não tinha excessos - que você era morno, brando, parado de corpo. eu vou perder os dentes e você vai perder o tempo. você não está livre das possessões - até para ser feliz é preciso ter felicidade. você vai controlar tudo? eu não vou. eu vou ficar aqui sentada no teto que eu não tenho. eu deixo que você fique a esfregar o caminho. eu quero que se oculpe, cúmplice.

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