estou a iniciar um texto. eu me concentro: e eu sei, eu vou perder um tempo. é como se fosse ter um filho ou fosse decolar, pular de um prédio. passo a ser uma extensão de mim. tropeço, como um bêbado. trago a embriaguez comigo. sou apenas um pacote de receios. sou eu, resguardo.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
sinos | 2
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
sinos
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
domingo, 25 de janeiro de 2009
um pedaço
sábado, 24 de janeiro de 2009
noitada
o que era seu no momento que não era mais meu?
o salto só não dói em um lugar:
no cigarro no chão.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
milhões de vezes
o argumento não foi falho.
a falha que foi pouco, assim como a roupa.
eu não sou mais a mesma.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
você tem um teto, eu não tenho
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
sobre pragas
domingo, 18 de janeiro de 2009
das lamentações
contextos
então, por favor avise-me caso eu esteja me antecipando demais.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
a não cobertura de nós
- minhas falhas, intimamente, revelar-me-ão.
e, revelado, reduzir-me-ei a falhas e intimidade.
o tormento vem do outro.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Boemia | 5
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
meu ensaio | 2
notas | 17 - segunda parte
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
notas | 17
domingo, 11 de janeiro de 2009
a estilhaçadora de copos
eu tive a sensação de poder puxar tudo para mim como um tapete, que traz tudo, que engole tudo. ou uma toalha de mesa que exige um movimento rápido, mas, se preciso, impressionante. talvez um dia lembrem de mim dessa forma, a estilhaçadora de copos e louças - melhor do que ser lembrada por um unico copo trincado. o primeiro é o primeiro, o segundo já é parte do resto.
e quanto a mim? eu passaria a noite naquela varanda, se não fosse o tempo. mas você não entenderia. você teria que escrever PARA ISSO.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
dos alívios
(DE GÊNIO)
sabe a sensação?
a musculatura cai. o olho fica boiando na órbita.
e as mulheres ficam muito mais feias do que os homens.
- você já experimentou tomar conhaque? você já viu uma mulher louca, bebendo, caída na vida; aquela cara de dayafter?
então porque isso, não faz sentido nenhum!
a pontuação do bêbado é uma desgraça.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
façanha
posto tudo que está entre o não-ódio e o desamor
que sentimos um pelo outro.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
tenha bons sonhos | 3
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
tenha bons sonhos | 2
domingo, 4 de janeiro de 2009
sábado, 3 de janeiro de 2009
tenha bons sonhos
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
meu ensaio
buscava os olhos e buscava no buscar os olhos no beijo. no beijo buscava os olhos porque os olhos eram uma parte importante do beijo – e da busca. buscava os olhos. mas olhos? aonde olhos? quais olhos? não sabia se os olhos que procurava ficavam a cima ou abaixo do queixo – engraçado, olhos abaixo do queixo, talvez nunca tivesse pensado nisso antes. porque a gente não deixa de existir, a gente simplesmente morre. você é o seu dejeto. a festa acabou, o dia, o ano. e não pelas pessoas que não estão mais, mas pela sujeira delas que emerge da calçada. e na vala do que sobrou na gente. porque as pessoas ainda estão ali, puta cidade cara de fim. porque tinha cigarro, chinelo, copo, taça, garrafa. lágrima que deixa marca e sorriso que não deixa. você é o seu dejeto. e então eu pude ver de tão perto aqueles olhos de objeto que tinha e pensei: minha ilusão é a própria da qual se compõe – porque a ilusão se recompõe varias vezes. e logo ele: imitador, ilusionista. meio artista. artista de olhos sem olhos. ou artista de vários olhos, várias mãos e pernas. artista de mim - ou da minha parte rude, mal cuidada. porque a minha parte da cidade era aquela parte toda esquecida. de céu rosa esquecido, vermelho esquecido, azul desbotado e sem nuvem.