sexta-feira, 21 de novembro de 2008

os silêncios que gritam


Essas mariposas me têm incomodado. Percebe que o meu silêncio falará por mim? Você consegue entender a maneira como se processa um crime de paixão? Você deveria trocar a aparência pela essência. Note a origem patológica da paixão: a paixão que vira gripe, peneumonia, câncer, aids – não mata, mas faz morrer. Nem sempre a gente diz o que quer dizer. E quando acha que tem a dizer, falta coragem – e não que a coragem seja a ausência total do medo, ou que a gratidão seja esperar algo em troca. Mas quem precisa de um covarde ingrato? É bom não pensar, mas quem precisa de alguém que não pensa também? Essas mariposas me têm incomodado. Quantas mulheres você vê? Eu vejo todas – sejam caveiras, sejam ausências. Não se fala de um assassino como se fosse um coitado. Não se exalta um assassino chamando-o de louco. Quanto vale um silêncio? O prazer também pode ser um impulso que destroi; e você pode precisar ceder a sua decadência caso não consiga percebê-la antes. Perceber o limite é a primeira chance que se tem para superá-lo. A gente só perdôa quando percebe a miséria do outroquando coloca o coração na miséria do outro. E quanto a miséria da gente? A miséria da gente é a falha. Retomar o começo também é uma espécie de ponto final. É, essas mariposas me têm incomodado.


* the silence of the lambs

2 comentários:

  1. deixa as mariposas voarem, algumas nos surpreendem em corpos de borboletas..

    aproveita o fluxo do vento, tu também..Seja na brisa, ou na ventania. ;)

    Bjs

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