foi como se ela tivese entrado e tomado tudo. ela estava planejando alguma coisa - eu sei, ela sempre ficava com aquele sorriso torto quando fazia planos. sua imagem me parecia ruidosa o tempo todo. então ele a pegou pelo braço, com aquela exelência de quem acaba de chegar para a festa, e a apresentou. ela me parecia uma saudação imensa, um cumprimento; e ainda um desalento, um talento faltante - coisa de artista mesmo. será que eu era um absurdo naquele hall social? ela me olhava como se tentasse entender: de quanta atenção você precisa? eu quis dizer-lhe que não precisava de nenhuma, tantas vezes, mas não me encoragei o suficiente para responder. ah, se eu a conhecesse. eu gostaria de ter trabalhado com a platéia, mas ela me fitava tanto que seu interesse exessivo me impedia de ter concentração. eu quis interromper-lhe, dizer que não precisava que ela me olhasse, tantas vezes, mas isso me dispersava ainda mais. eu já tinha exemplos bastante complicados em relação a isso - talvez dessa forma minha única reação foi dizer para que ficasse à vontade e ir embora. eu poderia jurar que havia lhe tregue os brincos que cairam. eu sei, não os guardei! - mas de algum jeito eles estavam lá. e estão aqui ainda, esperando. nós vamos esperá-la voltar, trazer tudo nosso de volta. ah, se eu a conhecesse. eu poderia tê-la levado para casa. ah, se eu ao menos a conhecesse.
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