fildsville, 03 de fevereiro de 2022.
querida maria paula,
é imensa minha alegria de ter recebido sua carta. talvez exista um cansaço real sobre as pessoas. alguma coisa que as tem feito ter necessidade de desacelerar, e as faz sentir meio acolhedoras, meio quase cafonas. sinto que é bom que a vida tenha tomado este rumo, de certa forma. assumo, que mesmo todo costume que desenvolvi perante esta cidade, o frio ainda me faz perder um pouco a mobilidade das juntas do corpo - engraçado é pensar que isso que me imobiliza também me faz querer estar mais perto de sabrina, quieta e serena. os damascos ainda são tantos, como já lhe disse, e ainda me espantam como são frescos e cheios de cor. você precisa vir, minha amiga, conhecer este vilarejo - garanto que ele lhe traria grande inspiração. há uma quietude acolhedora em tudo, mesmo que estejamos sempre a beira de um silêncio quase enlouquecedor - há de haver cuidado - é assim que nos mantemos sãs. fico feliz em saber que sua cirurgia aconteceu como planejado. sinto, contudo, nao estar ai para lhe fazer companhia. você ainda prefere suco com limões sicilianos? aqui eles existem aos montes tambem. tenho saudades do mar - mesmo que o tenha visto pouquissimas vezes. e acho ninguem pode ser verdadeiramente feliz sem ter visto o mar de perto. não tenho escrito grandes invenções mirabolante, nem fugas descabidas da realidade. contudo, gostaria de me apaixonar mais uma vez ainda se pudesse antes de morrer. mas talvez isso não seja possivel. quando me mandar seus manuscritos, eu devo ter algo para lhe enviar também - mesmo que sejam coisas mais antigas. quanto a pedro, não se aflite. espero que ele comece logo as férias - porque imagino que esteja ansioso para cuidar de você, mesmo com aquele jeito mais reservado dele. o cuidado faz bem às pessoas.
espero que suas pernas se recuperem logo entao, assim como espero uma visita de vocês. posso colocá-los no quarto dos fundos, o antigo atelier de sabrina que foi feito com uma madeira bem grossa e mantem o lugar sob uma calefação quase natural.
um grande beijo,
ana.
é imensa minha alegria de ter recebido sua carta. talvez exista um cansaço real sobre as pessoas. alguma coisa que as tem feito ter necessidade de desacelerar, e as faz sentir meio acolhedoras, meio quase cafonas. sinto que é bom que a vida tenha tomado este rumo, de certa forma. assumo, que mesmo todo costume que desenvolvi perante esta cidade, o frio ainda me faz perder um pouco a mobilidade das juntas do corpo - engraçado é pensar que isso que me imobiliza também me faz querer estar mais perto de sabrina, quieta e serena. os damascos ainda são tantos, como já lhe disse, e ainda me espantam como são frescos e cheios de cor. você precisa vir, minha amiga, conhecer este vilarejo - garanto que ele lhe traria grande inspiração. há uma quietude acolhedora em tudo, mesmo que estejamos sempre a beira de um silêncio quase enlouquecedor - há de haver cuidado - é assim que nos mantemos sãs. fico feliz em saber que sua cirurgia aconteceu como planejado. sinto, contudo, nao estar ai para lhe fazer companhia. você ainda prefere suco com limões sicilianos? aqui eles existem aos montes tambem. tenho saudades do mar - mesmo que o tenha visto pouquissimas vezes. e acho ninguem pode ser verdadeiramente feliz sem ter visto o mar de perto. não tenho escrito grandes invenções mirabolante, nem fugas descabidas da realidade. contudo, gostaria de me apaixonar mais uma vez ainda se pudesse antes de morrer. mas talvez isso não seja possivel. quando me mandar seus manuscritos, eu devo ter algo para lhe enviar também - mesmo que sejam coisas mais antigas. quanto a pedro, não se aflite. espero que ele comece logo as férias - porque imagino que esteja ansioso para cuidar de você, mesmo com aquele jeito mais reservado dele. o cuidado faz bem às pessoas.
espero que suas pernas se recuperem logo entao, assim como espero uma visita de vocês. posso colocá-los no quarto dos fundos, o antigo atelier de sabrina que foi feito com uma madeira bem grossa e mantem o lugar sob uma calefação quase natural.
um grande beijo,
ana.
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