a minha cabeça doía muito e eu precisava contar para o mundo. não foi da bebida de ontem, entenda, mas do samba de outro dia. só há nós aonde estamos, apesar de tanta gente. estamos em contato, então eu lhe aviso que vou pular com os pés juntos. há um aperto de ontem na maquiagem de hoje. há um pouco de noite no dia - de café no almoço, de gosto no sal. eu nos dedicaria à grande exaltação colérica, ao ímpeto da valentia, do delírio e da insânia. mas acredite, eu estava tão surpesa quanto você. eu me surpreendia no verso, no discurso, na composição musical que era feita com improviso pela sua voz. a minha rouquidão crescia e eu colocava o corpo na cama, acontece que essa casa era o reino da desordem - e o seu lugar era aqui, nesse lugar finito. a minha cabeça doía porque você tinha chegado de imprevisto, mas a propósito. as festas são sempre encantos, são seduções irresistíveis. como forma disso, a retórica sua que me domina o ânimo quando ouço. há sempre a espera do dia propício. dos dias que correm, dos dias que permanecem durante semanas, de semanas inteiras. como movimento, a minha dúvida permanecia inteira - como número que não possui a fração da unidade. se isso era um defeito, eu já não soube dizer.
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