terça-feira, 19 de outubro de 2010

à ana | 5

meu amor, o meu amor:



eu estava parada a existir como mulher. e a exigir de ser mulher foi que vi ana parada logo a minha frente - a tomar toda a minha frente em velocidade. eu não vi qualquer agonia que saísse de seus olhos porque em momento algum eles pousaram sobre mim. então, tão breve que sou, pousei minhas mãos sobre as suas e deixei que os dedos meus recorressem aos dela. a sua resposta agiu sem intermédio: segurou-me a mão porque sabia que não havia pretexto de nada ali - já que todo texto dito a ela tinha se transfomado na força que ela aplicava entre meus punhos. eu vi uma eminência nela, junto a todo o espectro de seus conselhos íntimos. ana era o conjunto de decomposição de uma luz complexa - como se nela se formassem linhas de uma malha de ferro, de um imã. eu estava ligada a uma sensibilidade que registrava as mínimas variações, que reagia ao elogio. foi como se lhe dissesse: minha adimiração cresceu por você. porque caso eu não soubesse, foi como se tivesse lhe dito em seguida: eu te amo, no futuro que há hoje, nas coisas passadas que estão aqui e no amanhã que existe agora.

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