quarta-feira, 3 de setembro de 2008

a casa na árvore

aquele era um ambiente impróprio. será que você ainda se lembra dos pequenos papéis brancos que eu deixei em cima da mesa? aqueles papéis da separação que eu mesma escrevi e fiz questão de entregá-los a você naquela quinta-feira, como se não pudesse deixar passar sequer mais um dia? e não poderia mesmo. as estruturas, as sentenças: foi isso que eu achei estranho. a maioria havia sido inserida: não pertencia, dessa forma, gostar aquilo que contruímos juntos. mas entenda, você, que essa noite não vem de encontro ao único pedido de desculpas que me propôs. eu aprendi que isso me fez bem e que isso, sobre você, não se entendeu nada. nem subentendeu, foi você quem entendeu tudo errado. você guardou o que deveria ter perdido; e o perdido? agora já está guardado, assim como os vasos. os talhos. os talheres. as telas. as tintas e as tentativas seguidas de choro. tudo em caixas de raia pequena, como também a mostra de uma pequena organização de despedida. nossa segregação foi escrita à mão, em um guardanapo.

agora você sente o impacto?
nossa cidade mudou muito.
você pode até criar um costume, mas não é perfil.

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