terça-feira, 8 de maio de 2012

(aqui cabia uma ideia, que foi perdida)

o acaso está ligado a situações geográficas:
como um lugar que não existiria sem a geografia de alguém.
acaso,
de causa sem precedente.
mas qual nome devo dar a causa?
estou em causa ou estou unindo meus interesses?
eu não caí nos seus olhos, por assim dizer, sem querer.
- o acaso é isso.
então, se por acaso ele voltar, faça-o esperar.
porque dentro desta aleatoriedade de ausências,
a sorte rapidamente pode tornar-se azar.
exuberância, ao invés disso.
eu escolhi.
não vivi por acaso, não morri, não pensei por acaso.
ao acaso, sim. mas o acaso começa sempre com uma hora vaga.
o acaso é excepcional,
e
o mundo não tem nada de óbvio.
não vim para estar sem saber o porquê.
e por quê?
porque na vida aprende-se sobre estes acidentes do tempo,
que se conhece por lógica meio difusa,
por neblina,
por neutralidade da qual desconfio.
ou apenas pelo que, popularmente, chama-se de acaso.
eu não vim pra dizer que a passagem foi breve.
insisti.
bati,
na beirada, no topo, no meio.
variei
- e demorei muito, é verdade.
amei a mim mesma, entre outras conclusões.
tive de estar muito ocupada para que não achasse que a minha cabeça chamava por um nome
que eu seria incapaz de repetir.
a sorte só se aplica à loteria - e às vezes nem a ela.
infelicidade constante isso, eu sei.
acontece que
o artista nunca concebe
com
se
pede.
(ainda bem).


/ era muita sensibilidade
e talento em um mundo tão podre.


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