estou a iniciar um texto. eu me concentro: e eu sei, eu vou perder um tempo. é como se fosse ter um filho ou fosse decolar, pular de um prédio. passo a ser uma extensão de mim. tropeço, como um bêbado. trago a embriaguez comigo. sou apenas um pacote de receios. sou eu, resguardo.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
seis primeiros meses
coloquei as malas no canto, proximo a entrada. e com 'malas', eu quero dizer as sacolas de feira que consegui juntar em casa, para juntar as minhas coisas e vir para cá. fevereiro nunca foi tão quente. vieram misturadas roupas, coisas de banho, chaves, umas fivelas novas e sem uso. talvez não exista nada de verdadeiramente essencial a quem foge. descobri que tenho mais pares de sapato do que pensava, que meu ventilador ocupava muito mais espaço do que na sala, e que mesmo colocadas quase em um saco de lixo, as minhas roupas levavam com elas certa poesia. tive que trazer toda poesia que fiz até hoje comigo, como uma espécie de segurança imaginária destas minhas férias. sei, não seriam férias.
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