estou a iniciar um texto. eu me concentro: e eu sei, eu vou perder um tempo. é como se fosse ter um filho ou fosse decolar, pular de um prédio. passo a ser uma extensão de mim. tropeço, como um bêbado. trago a embriaguez comigo. sou apenas um pacote de receios. sou eu, resguardo.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
o que era para ser uma carta logo se tornou um sonoro 'some daqui agora'
pessoas indiscretas e refratárias : sobre isso, nenhuma novidade. mas parece que desceu sobre sua cabeça, ou sobre este monte de enfeite que você usa sobre e ao redor dela, uma falta de juizo, meio disfarçada de cartão de visita bem humorado. achei ridículo. não se deve falar de pessoas que não estão presentes - nem mesmo elogios. há pessoas que não conquistaram o direito de nos elogiar. é engraçado, mesmo agora que não prefiro nada que venha de você, eu gostava mais quando você se afundava naquela depressão inventada, tanta crise insoluvel, se mostrando a mulher voluntária, genio incoerente, bela e deliciosa. são imagens pesadas de se sustentar - e você não conseguiu. e logo o que era para se tornar uma admiravel confusão humana, tornou-se um amor desgostoso e mecânico. se vendeu até a alma, eu não sei, para registar sua beleza carente de hoje, mas, decerto, repartiu os orgãos por ai. os rins, e mesmo os pulmōes temem pelo pior. mas o corpo se adapta, não se preocupe. acontece que a cabeça, minha futura ex-esposa, torna as coisas insuportáveis. cuidado.
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