estou a iniciar um texto. eu me concentro: e eu sei, eu vou perder um tempo. é como se fosse ter um filho ou fosse decolar, pular de um prédio. passo a ser uma extensão de mim. tropeço, como um bêbado. trago a embriaguez comigo. sou apenas um pacote de receios. sou eu, resguardo.
sexta-feira, 19 de março de 2010
eterno presente | final
às vezes é preciso muito silêncio para que se veja a beleza. desencadear uma situação periférica não fará velhos assuntos desdobrarem. e eu já não me tornaria menos fiel a minha condição. eu tentava tratar da crise como um local externo, impróprio de mim. porque mesmo depois de quase duas semanas, eu ainda me sentia sem produzir nada. eu sentia apodrecer na intenção da escrita. das viagens, muitas delas eu já tinha desconstruido. porque a minha lembrança sobre ela tinha perdido a razão sobre o meu entendimento. eu via o seu sorriso não mover quase nada na minha memória. e na minha memória tão gasta, eu via seu rosto de mapa, em que tantas vezes desenhei o céu, e dancei a noite toda: pudera já ter perdido a conta de tantas as vezes que me perdi a ele. porque eu ainda me lembro das canções que muitas vezes nos fizeram guiar os próximos passos. eu tinha parado, e o meu olho tinha se fixado nela também: talvez essa fosse a minha desvantagem agora.
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