domingo, 12 de agosto de 2012

doer, haver, distinguir

como poderia
por
uma palavra
em sua boca
sem saber a que propósito traz a boca
até
AQUI?

eu vou por tudo a perder,
nessa perda do meu juízo raso
transformado
pela minha incapacidade de comunicação?

eu vou me ATREVER,
a dizer,
que o receio de ser
é por já ter sido muito e demais, num dia lá atrás?

só sei que,  d i l u i d o
este dia no meio dos outros,
como poderia eu
dar uma MEIA parte de mim
a você
que, cheia de si,
me faz sentir
ja ter encontrado uma parte além?

parta-se.
eu 
me 
parti.

mas não deixei esse lugar,
NEM CAÍ,
não quis ter partido pra outra
mesmo
depois de eu
ter partido a cabeça de TANTO pensar.
então,
olha,
volta para cá,
pro BEIJO que não deu tempo de guardar o gosto,
porque pus no rosto
os lábios mordidos de te esperar e só.

e ESPERA!
porque eu espero não esperar sozinha
no sofá,
no quarto,
nos dias,
na sala,
na 
sala
de
você
estar.

3 comentários:

  1. Você não muda, sempre incrível!

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  2. Lindo, mas tem cara de que fez a maior burrada e quer consertar. Palavras não nos consertam, felizmente ou infelizmente, nem sei. Só são ditas moça, nada mais.

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