estou a iniciar um texto. eu me concentro: e eu sei, eu vou perder um tempo. é como se fosse ter um filho ou fosse decolar, pular de um prédio. passo a ser uma extensão de mim. tropeço, como um bêbado. trago a embriaguez comigo. sou apenas um pacote de receios. sou eu, resguardo.
terça-feira, 5 de junho de 2012
sobre a segurança dos espelhos
fui multiplicada através do espelho, naquelas centenas de micropartículas quebradas. meio alice, talvez, lançada para outra realidade. sentei, no chão, ainda sobre o tempo que tinha rapidamente decorrido desde a queda. era curioso que o espelho fosse a segurança da minha imagem, ao mesmo tempo em que eu confiava a ele a objetividade de meus próprios órgãos perceptivos, mesmo que aquilo tudo estivesse agora caído em fragmentos. então o espelho ao contrário das fotografias, do cinema, dos enquadramentos em que estive, deixou de ser registro e tornou-se uma ironia de mim. um riso. mil risos, tal qual seus pedaços.
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