rita,
descoberta em trânsito.
e eu sei que muitos já olharam para ela,
acontecem que poucos haviam se fixado nela, reparado.
(talvez esta fosse a minha vantagem agora).
em uma espera, ela se encontrou comigo. estava aguardando sua chegada há meses, para que pudesse dar a ana um pouco do descanso usual da velhice. sei que ela jamais sairia de mim ou me deixaria, e que eu também nunca a poderia entender em uma profundidade tamanha que permitisse, sem qualquer sombra de dúvidas, que eu a esquecesse. foi um amor repentino e involuntário, rita, que senti por ana - e achei que você devesse saber disso. acontece que agora eu precisava caminhar com as minhas próprias pernas. ana fez parte de mim por seis ininterruptos anos, e eu vou continuar a escrever sobre ela, para ela, mas agora como uma amiga distante. fomos amantes, irmãs, mãe e filha, eu e ela, por tanto tempo! estamos ligadas por uma quase maternidade literária, um laço inquebrável. mas foi ela quem me viu crescer - da mesma forma como eu quis que ela se desenvolvesse tantas vezes também. e é preciso que esta concepção literária de ana esteja bastante clara, sem que haja intervenção de terceiros no futuro. há muita coisa que você ainda precisa saber.
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