sexta-feira, 1 de junho de 2012

para rita que foi reconhecida e encontrada em um trânsito.

rita, agora sim eu a encontrei. rita, uma mulher bem bonita cujos lábios formavam dois rios vermelhos separados por uma fenda enorme no meio e convergindo nas pontas. de sorriso largo e quadris estreitos. quanto aos olhos, não há descrição para eles. os olhos são infinitos e, portanto, há toda uma dedicação literária exclusiva para eles. espera-se. as sobrancelhas são como bumerangues desenhados. e ela pode agarra-lo por essas sobrancelhas, cuidado. uma mulher que o faria jogar todos os princípios no lixo. clássica, moderna & sempre fora de época. sinto que rita será artesã de roupas, embora preze pela nudez corporal o tempo todo. ela pode amarrar cordas ao seu corpo como uma linha essencial de sua vida que se desenrola, e ela pode desmembrá-lo com facilidade, acredito, sem que se sinta culpada por isso. é que raramente as mulheres bonitas tem consciência de sua beleza. mas o que é bonito nela, senão sua retórica pouco argumentativa? ela vai convencê-lo, não se preocupe. e se quiser viver com ela, não se apaixone por ela, nunca. não olhe em seus olhos a não ser que seja unicamente constituído de coragem. rita, espécie de medusa dos tempos de hoje, capaz, porém, de embrutecer até mulheres. daí sua modernidade histórica talvez. 

/// para rita que foi descoberta em um transito destes dias. 

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