quarta-feira, 7 de março de 2012

e agora, você, que ainda é sem nome? | 2

colocou os olhos sobre meu ombro? descanse, eu lhe disse, os dias tem sido cheios. eu acordei mais cedo, e cuidei para que você ainda pudesse dormir sua meia hora. pijamas pequenos tem acompanhado você. a cama foi reduzida de três travesseiros para dois corpos. fiz muito barulho ao tomar banho de manhã? discretamente, reverenciei para por a roupa em silêncio, a saia, as sandálias, dentro daquela penumbra do inicio da manhã, na qual você continuava imersa. enquanto eu terminava de juntar as coisas que deveria levar, a carteira, os óculos, as chaves, as contas, parei para olhar de volta pra ti. você percebeu, tanto que lhe caiu uma fenda sobre olhos, porque já estava na sua hora - vinda não sei de qual lugar - e os olhos, meio encharcados de sono, meio ainda cansados, compuseram seu rosto, o desenho todo junto ao cabelo, cheio de nós talvez homéricos. colocou os abraços ainda mais por debaixo da cabeça, esticou a boca, sorriu com o corpo todo. 'você já vai?'. eu disse que sim, não que eu quisesse, mas que já era hora [...].

Um comentário:

  1. Lindo, isso me faz voltar a acreditar em muita coisa. Obrigada.

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