fiz um passeio, tornei a rua - e, na espera, o teu aceno. que me despiu. outra vez o convite teu. foi movimento significativo da cabeça e dos olhos, suponho, de ir para além das mãos. era movimento de me encontrar? de me trazer pra perto? de me juntar? eu me sinto sucessivamente presente a isso. eu apagaria o cigarro ou o jogaria pelos ares, como quem ri com cabeça pra trás, em uma indignação quase graciosa. o sol vem de trás de tua janela ou era apenas tão besta que eu estava que meus olhos ora responderam teu aceno mas, no momento, seguinte fez com que eu levasse as mãos ao vestido, ao cabelo e à lugar nenhum. era tua observação quase censura que agia como se me quisesse puxar pra perto. acho que lhe prometi um passo sem saber ao certo de teu ritimo. alegorizaria esta dança, mulher? eu tive um pequeno sopro de ar no vão - acontece que o vão, de repente, tornou-se exatamente o que ele era: ineficaz. o vão era a distância que separava dois encontros. eu me lembro. teu lugar não é proximo, tuas roupas são diferentes, teu sorriso eu só vi de longe ou de passagem e teu cumprimento não precisou de perfume.
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