quantas vezes as coisas lhe disseram coisas? quantas vezes seu amor foi incrivel? quantas vezeslhe caiu lágrima de um olho e prontidão sobre a vida do outro? sabe, é a primeira vez que vejo significado nas coisas ao redor e que não falam, é a primeira vez que discurso em siêncio, a primeira vez que sou imbativel, que estou pronta sobre a vida e sobre as lágrimas de antes. sabe, ana, é a primeira vez que existem cartas de mim ao leitor especifico. você, minha leitora, você, minha palavra que se forma sozinha, minha frase, meu palavreado que engracedeu - e que cuido com tanto gosto pelo proprio cuidado que quer para mim também. eu sinto você aqui em forma de falta, de desencontro esquisito, de presença imaterial. mesmo na forma de beijos dados em outro tempo, sinto você, como enlaço de mim, como força - numa exata propulsão que me leva sem me atirar. que não é repulsa, mas me repuxa o corpo todo, na mesma forma como faz repuxar o seu: nossa dança, tão facilmente reconhecivel.
então que venham logo essas alegorias de carnaval e de samba de época, pois que nossa dança está para além deste mês de festa.
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