domingo, 13 de fevereiro de 2011

Texto de tempo de musica

Tem um circo aqui? Ouço um barulho. Essa música é sua ou esse show? É um sino isso, ou não é nada? Você veio até aqui por quê? Sinto seu braço. São suas as pernas que existem aqui? Você me faz rodar no ar. Há ar aqui? Eu giro, e você? Inercia imersa em mim porque giro em volta de ti entre pulos curtos e pequenas corridas. Seus calcanhares também batem sincronizados no chão, nesse chão de areia batida? E nesse chão de argila e céu de névoa? Põe teus pés nessa areia grossa, de rio, nessa argila que marca meus pés, teus ombros, toda história. É natal agora? Canto um conto de natal em meio ponto de som. Se toda a tua voz me fala junto, não te ouço, só te observo. É você quem canta para mim. É uma igreja isso ou uma avenida vazia de natal? Foi você quem trouxe essas luzes? Eu quase vejo seus olhos. Não giro, mas tem algo aqui que me lança para frente agora.

Mesmo à frente, por quanto tempo você espera alguma coisa acontecer? E se você não sabe o que acontece, você põe suas pernas para fora mesmo assim? Tua alma já viu essa rua? Essas folhas já caíram sobre seus pés algum dia ou teus risos já desafinaram aqui? Teu violino ainda me espera? Espera por mim. É, espera por mim porque eu fui ali e já volto. Porque eu sei que te ama muito o amor que te espera.

E espera.
E tanto espera que fica vazio.
VAZIO. Trem vazio de nós. Caixa vazia de recados seus. Mensagens suas, bocas nossas vazias. Vazia de mim, é você. Espaço, divisão de coisas suas que ficaram aqui, em segredo. Seus cd's ainda em uma caixa, suas caixas ainda em sala minha. Minha vida nas caixas que sobraram vazias. Que sobra de ti ficou aqui? Aqui tem um sol, o único sol possível daqui que veio ocupar, sem matéria, sua presença. Você foi – ou ficamos nós, sós, em um tempo? Minhas borboletas voaram, e você, deixou suas andorinhas assistirem ao belíssimo pôr-do-sol de hoje? Qual é a vista do lugar em que você está? Ainda me pulsa você.

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