estou a iniciar um texto. eu me concentro: e eu sei, eu vou perder um tempo. é como se fosse ter um filho ou fosse decolar, pular de um prédio. passo a ser uma extensão de mim. tropeço, como um bêbado. trago a embriaguez comigo. sou apenas um pacote de receios. sou eu, resguardo.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
seus preços
eu bati na sua porta ontem a noite, você se lembra? você estava no quintal, com uma pétala na mão e uma cara de dúvida. eu já não poderia aquecer mais as suas mãos, entenda. você ainda pode me acordar depois, amanhã, noutra semana, não importa. eu já não quero mais o que você pretende levar para além do sol. eu estou tão longe como alguém que vive longe. ou estou tão perto quanto o que machuca sem ir embora. ela era bonita, eu poderia ter-lhe dito. ela era bonita, mas não tinha um ar saudável. sabe o que eu lhe disse ao invés disso? disse que entendia, mas disse também que nem sempre as coisas que compramos são exatamente as coisas pelas quais gostariamos de gastar dinheiro. dinheiro não compra briga, você entende? não compra qualidade nem gosto. já não compro mais de você as coisas suas nos preços seus que nunca entendi.
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