(...) sem extensão de mim, nem permanência, entraria jogada [em setembro]. [então] agora, que o mês volta a se aproximar um ano depois, o que eu sabia, afinal de contas, além da certeza de que toda justificativa era uma admissão a princípio? e por que não saber que dentro dessas admissões de sumiço temporário que tive, estive também temporariamente ansiosa para ficar e estar presente? eu tentava imaginar, mesmo dentro dos meus esquecimentos recorrentes, a sensação que era a de caber na vida, sem aperto ou a de aproveitar um conforto sem sentir falta de nada. sabia que estava presente agora porque estava ausente de outros, nesse mês e nas presenças repetidas que me descobriram um pouco da solidão em agosto. o cérebro tinha ainda um mistério infinito, mas distraindo um pouco deste pensamento, a única coisa que eu conseguia pensar era: havia um passarinho fazendo ninho em algum lugar dentro mim?
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