como poderia
por
uma palavra
em sua boca
sem saber a que propósito traz a boca
até
AQUI?
eu vou por tudo a perder,
nessa perda do meu juízo raso
transformado
pela minha incapacidade de comunicação?
eu vou me ATREVER,
a dizer,
que o receio de ser
é por já ter sido muito e demais, num dia lá atrás?
só sei que, d i l u i d o,
este dia no meio dos outros,
como poderia eu
dar uma MEIA parte de mim
a você
que, cheia de si,
me faz sentir
ja ter encontrado uma parte além?
parta-se.
eu
me
parti.
mas não deixei esse lugar,
NEM CAÍ,
não quis ter partido pra outra
mesmo
depois de eu
ter partido a cabeça de TANTO pensar.
então,
olha,
volta para cá,
pro BEIJO que não deu tempo de guardar o gosto,
porque pus no rosto
os lábios mordidos de te esperar e só.
e ESPERA!
porque eu espero não esperar sozinha
no sofá,
no quarto,
nos dias,
na sala,
na
sala
de
você
estar.
estou a iniciar um texto. eu me concentro: e eu sei, eu vou perder um tempo. é como se fosse ter um filho ou fosse decolar, pular de um prédio. passo a ser uma extensão de mim. tropeço, como um bêbado. trago a embriaguez comigo. sou apenas um pacote de receios. sou eu, resguardo.
domingo, 12 de agosto de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
para julho, com carinho
(...) somente sei que durante as quatro semanas primeiras que decorreram, a gente poderia ter morrido. porque se não fossem pelas loucuras feitas no carro, a embriaguez completa dos nossos corpos em alguns dias, teria sido a parte mais acelerada de nossa intensa afeição. que nada mais era do que uma disposição da alma, uma sensação de afeto elementar. não fui eu, nem deus - se é que ele existia. não foi ninguém. vou dormir numa noite de julho e para acordar em agosto, talvez ainda sem saber nada sobre o mês que simplesmente voou. agosto, a reforma continua. e nesta casa de gato, será passarinho só de mentira mesmo?
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