quinta-feira, 27 de outubro de 2011

a cabine | 6

tua vez, ana.




acontece que se você me sentasse no meio de um monte de gente, você teria a sensação de ficar invisivel. acontece que você não fica. você só começa a se maquiar com os outros. começa a se confundir com eles. você deixa de ser você sem sumir. e o pior, sem sumir. o espaço é como uma calçada imensa na qual você se senta, pede uma cerveja, gasta horas, dinheiro, muita invenção pra nada. é como se você fosse perdendo alguma coisa sem fazer ideia de onde deixou. não há instante para as coisas nossas deixadas nos outros. talvez elas estejam no mesmo lugar que o ultimo guarda-chuva perdido, o ultimo isqueiro roubado sem ladrão. e quem eu fui nesse tempo todo? eu precisava mergulhar em algum lugar, mas eu só tropecei em uma poça de água no chão. lugar raso. foi entao que eu tive uma idéia.

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