estou a iniciar um texto. eu me concentro: e eu sei, eu vou perder um tempo. é como se fosse ter um filho ou fosse decolar, pular de um prédio. passo a ser uma extensão de mim. tropeço, como um bêbado. trago a embriaguez comigo. sou apenas um pacote de receios. sou eu, resguardo.
terça-feira, 27 de abril de 2010
eu não sei como você segurou o seu chão
você não segurou o seu chão. quantas vezes mais as fotos apagadas não mudarão nada? que tempo foi aquele, cujo tédio tinha trazido você? eu tinha me arrependido nas mínimas coisas porque as canções ficaram. e agora, esse chão pisado das roupas suas, das coisas suas, das pernas minhas - já tão suas também... que desabor! e que amor tão pouco, a tão pouco prestado. quando a sua companhia se apresentou para mim, eu olhei tudo que você tinha deixado nas palavras nunca ditas. que olhos foram aqueles seus, tão meus, tão cheios de si? o tempo passava emprestado de outro, agora. eu tentava imaginar como você poderia ter ido embora, depois da valsa, naquele hora do samba tão nosso. você tinha uma forma sua de esperar as pessoas, de tratar a gente, e eu me lembro disso com perfeição. como a vida é estranha! e quão breve somos nós... o frio daqui não me agrada.
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