quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O fio de nylon da vida

edith piaf - não, eu não lamento nada. nem do bem, nem do mal que me fizeram.
O que você vê, pra onde você olha, em que lugar seu olho pousa. Tudo tem um sentido supremo quando acontece; depois, a revisão de nossas próprias fotografias nos leva ao imaginário daquele lugar que não existe mais, daquela saudade que não volta. Tempo garboso... penso eu. Tempo no qual alcanço conclusão nenhuma a não ser a de que minha felicidade independe da supremacia da minha vontade. A felicidade é um direito de revoga constante; e de tristeza contante cujo conjunto de pensamentos delinquentes tentam subir os degraus e pular para as camadas da superfície. Este relato é tão breve quanto a vida; esta percepção não é nada além de uma tentativa de dizer que a sensação de não estar realizando nada efetivo me invade com mais frequência do que eu gostaria de admitir. É verdade de que o peso desta ideia também foge de mim com astúcia, nunca permanece muito porque o tempo acelerado também transforma a maneira como os pensamentos costumavam se organizar. Acontece que se a vida fosse interrompida hoje, o que estaria no topo ou, ao menos, em minha lista de coisas memoráveis? E uso a palavra genérica "coisas", por excesso de abstração que tem circulado em minha mente. Caso pudesse, me desassociaria de tudo. Principalmente, o vínculo com as preocupações burocráticas do que não é extraordinário. Um passaporte vencido, um filtro de café, o sucesso, a rinite, o câncer, tudo. A vida é um fio de nylon. Um elástico. Quem puxa? Quem se arrebenta?

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