há uma importancia das terceiras pessoas em nossas vidas.
devo me lembrar de você de que forma, extamente? devo lembrá-la como a pessoa que me fez rodar sobre uma euforia generalizada ou como contemplação serena? devo lembrá-la como a sensação de completude que me trouxe ou como o abismo de equilibrio em que me transformou? há uma importância das terceiras pessoas em nossas vidas. e esta importancia foi a qual eu reverenciei tantas vezes e pus em xeque tantas outras. devo lembrá-la como paixão ou como angustia? como pergunta ou como confissão? como desassossego ou como permanencia? posso sequer chama-la de permanencia mesmo voce tendo estado aqui por vinte e quatro horas? a vida nunca me preparou para você, e queria que você soubesse disso. mesmo nas vezes em que eu me revelei - tive de ser meio burra, meio sem saber brincar e errei muitas vezes para te dar a vez no jogo. e nessas suas chances, você foi ao banheiro, foi dormir cedo, foi beber pelo caminho, foi visitar os pais. e eu me tornei palavras como 'quase', 'logo', 'perto'... expressões como 'daqui a pouco', 'em breve', 'da proxima vez'. então, da proxima vez, quem sabe, diga para a vida - ou para qualquer coisa que coloca duas pessoas que se gostam no mesmo caminho - diga que você não soube jogar, que não teve tato nem tempo... que não teve vontade. porque presença é pura vontade e o desgaste da saudade é de uma intoxicação sem limites.